sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Para o próximo ano:

Sorrir muito mais, sofrer muito menos. Dar aquelas gargalhadas de doer a barriga e de dar inveja nos outros.

Não sentir vergonha, poder ser livre, não me incomodar com possíveis julgamentos (porque eles sempre existirão...).

Dançar até machucar os pés, cantar alto toda música que me tocar de alguma forma, entoar algumas melodias bizarras no banheiro...

Brincar mais, implicar com a minha irmãzinha (ela gosta!), acompanhar as peripécias do meu cão, exercitar meu humor negro com a Mari, fazer aquela bagunça escandalosa com os amigos, rir das besteiras da minha mãe.

Ser ridícula mais uma vez. E acordar sorrindo e não comer e esperar o dia inteiro até que chegue a hora de encontrar aquela pessoa que você acha especial e não sabe o porquê. E escrever mais cartas e ganhar mais colo e andar de mãos dadas e fazer nada e achar tudo perfeito. E todos os "ES" que fazem estar apaixonada ser tão bom.

Ficar menos doente, fazer mais exercícios, comer menos porcaria (mas comer porcaria!).

Ler muito, estudar muito, escrever muito, falar menos.

Conhecer lugares novos, fazer compras inúteis, tirar mais fotos, ir mais ao cinema, ao teatro, ao show daquele cantor favorito, sem se preocupar se o dinheiro vai dar no fim do mês.

Admitir a tristeza na hora em que ela aparecer.

Ser menos complacente.



(No final de 2008, volto pra ver se consegui realizar essas mudanças!)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Dream a little dream of me...

A madrugada natalina foi um tanto conturbada pra mim. Não pelas brigas costumeiras, típicas da ceia de natal, ou pelo desgaste que é preparar durante horas (dias, talvez) um jantar que será comido em um tempo ínfimo... As emoções desse Natal ocorreram durante meus sonhos.
Ainda não sei se isso foi um presente ou um castigo, porém, durante as poucas horas em que estive dormindo, sonhei sonhos (com o perdão da redundância) que desejei por muito tempo. A iminência de reencontrar uma amiga que está distante, uma viagem pela qual sonhei por muito tempo... E aquele...
Estava lá, envolta em uma felicidade tão grande, tão tátil, que me dei conta de que só poderia se tratar de um sonho... E me forcei a acordar... Afinal, não me lembro de ter tido permissão para sonhar desse jeito, ora bolas!
E eu acordei com uma angustia aterradora. Eu sabia que a felicidade abundante tinha seu fim ali. E me descobri poeta. Comecei a imaginar que enfim encontrei o fingimento do poeta (salve Pessoa!), ainda que as avessas. Fingi ser felicidade a felicidade que deveras senti. E acabei encontrando a dor...
Me levantei rezando para que sonhos como esses nunca mais ocupassem meu sono, desprezando o fato de que eles foram pedidos meus. E de que eles invariavelmente retornarão.
Os abraços, os beijos, os sorrisos, as batidas aceleradas do coração, estarão lá . Pra me lembrar mais uma vez de que o sentimento é único. Que eu não preciso que ninguém o compartilhe comigo. E que eu nunca o esqueço.


FIM!

Ps:. Devo agradecer ao meu pai por ter me fornecido a melhor trilha sonora de sonhos jamais imaginada. Se não fosse você, Nat King Cole não estaria me oferecendo suas melhores canções...

domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Um grande amigo meu, com certeza...

É o maior conhecedor das minhas emoções... Ah essas emoções... Tão intensas... Provocadoras de risos constantes e de lágrimas que por vezes parecem intermináveis... É o guardião fiel das minhas lembranças mais queridas... Talvez porque saiba o quanto que significam pra mim... Não é de se estranhar que eu o admire tanto.

Um dia me perguntaram se eu não gostaria de tirar as "marcas de expressão" que tenho no contorno de minha boca, resultado de minhas crises de riso quase diárias. Até considerei a questão, mas apesar de saber dos vários "milagres" que a estética pode proporcionar, imaginei se desejo mesmo isso. Penso nas rugas como linhas de conhecimento. Um presente que o tempo me dá, cada vez que você se dá conta do quanto ele ajudou. Ou pode ser também que seja uma cobrança pelo serviço que ele presta constantemente. Vendo por esses dos vieses, chego à conclusão de que se me submeto a algum desses fabulosos tratamentos, perco a minha (e só minha) memória... E ela é a coisa que mais me encanta até hoje...

Acho que criarei o clube dos enrugados convictos. Alguém gostaria de ser meu sócio?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Minha querida adedanha.

Meus pensamentos mais absurdos e divertidos são os da manhã... Acho que meu cérebro começou a sofrer os efeitos do horário ridículo o qual eu acordo quase todos os dias...
A minha grande pérola de sabedoria de hoje veio durante aquele caminho entre o sono e o estudo, que eu não canso de admirar...
Não sei por que, comecei a lembrar dos meus tempos de escola, das aulas que matava e da quantidade de gente que se reunia na biblioteca do Pedro II, para acabar com o silêncio e a paz (que já eram escassos) do lugar.
O que isso tem a ver com a adedanha do título? Simples. Era na "mini casa dos livros" do meu colégio que aconteciam os melhores campeonatos desse jogo.
Todos os alunos (a quantidade sempre variava) sentavam-se em volta de uma mesa mínima, com lápis e papel na mão, nenhum espírito esportivo e certa apreensão... De repente gritava-se a mágica palavra (A-de-daaaa-nha!) e surgia um monte de mãos, indicando números diferentes, que logo se transformariam em uma letra. E era aí que a minha alegria começava...
Ficava como louca tentando lembrar de frutas, marcas de carro e países (os mais longínquos possíveis) cujo nome começasse com a letra selecionada e escrevia com o pior garrancho pra que pudesse ir mais rápido que todo mundo.
Logo após o "momento adrenalina" vinha a verdadeira diversão do meu dia. Comparar as respostas... As gargalhadas eram inevitáveis, apesar da cara feia da bibliotecária. Era uma confusão quando todos constatavam ter posto o mesmo animal e um festival de xingamentos quando chegávamos a parte em que tínhamos que descrever nossas possíveis sogras com adjetivos (tenho medo de sogras até hoje!).
Tais lembranças me provocavam risos contínuos. Minha companheira de banco de ônibus certamente achou que eu estivesse louca.
Depois lembrei do vídeo engraçadíssimo que minha amiga querida havia me mandado, cujo conteúdo eram demonstrações de ignorância total do mundo, por parte dos cidadãos americanos. Ri mais ainda. E então, veio a mim, a explicação para essa falta de conhecimento.
Eles jogaram adedanha na vida...

Volta...

É quase impossível acreditar que algo me fez desistir de escrever por tanto tempo... Trato já de resolver essa quase heresia...

terça-feira, 26 de junho de 2007

Uma viagem...

Hoje, no caminho para Niterói, tive a ilustre companhia de um bebezinho de quase um ano chamado João. A primeira coisa que ele fez quando sentou no colo de sua mãe, foi sorrir para mim. E eu retribuí. Um gesto tão simples traz tanta felicidade...


E como se ele soubesse que eu estava me sentindo mal, pulou para os meus braços. Fiquei em choque diante daquela reação, mas logo depois, pedi a mãe dele que ele ficasse comigo durante o trajeto. Ela sorriu e disse que o filho nunca tinha feito aquilo e que sim, eu poderia ficar com ele, até que uma das duas tivessem que saltar.


Daí por diante, se sucederam um dos melhores quarenta minutos que já passei na minha vida. João e eu brincávamos o tempo todo e constantemente recebia um abraço daqueles de nenem, bem gostosos. Outras vezes ele gargalhava e eu gargalhava junto. Enquanto isso, a mãe me contava a rotina de seu filho.


Quando vi meu ponto de ônibus se aproximar, fui me angustiando. Não queria deixá-lo de jeito nenhum, mas por medo de me acharem louca, entreguei a criança de novo para a moça do meu lado, coloquei a mochila nas costas e desci do ônibus.


Já não estava mais nem querendo imaginar quantos "Joãos" iam me deixar pelos pontos de ônibus por aí, quando vi alguém me chamar. E lá estavam os dois. Sentados do lado da janela, me mandando beijos. E eu comecei a rir novamente. E achei que tinha valido a pena.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Aurea Mediocritas...

Belo conceito arcadista, não? " A mediocridade é de ouro". Belo, porém questionável... Recentemente, fui levada a fazer este questionamento e fiz algumas descobertas, favoráveis ou não...

A mediocridade tem um charme inigualável... À primeira vista, o medíocre oferece um elixir, uma escapatória de tantas amarras que temos na vida, uma sedução a qual resistem poucas pessoas...

Depois do charme, conhecemos o lado docemente irresponsável com o qual podemos levar a vida. E imaginamos porque passamos tanto tempo nos preocupando com coisas que agora enxergamos como inúteis...

Logo após nos vem a sensação de entendimento. Oras, sem tantas coisas que nos prendam ao nosso cotidiano, fica fácil uma análise de nossa vida e, principalmente, da vida do outro. Mergulhados nessa "tranquilidade", julgamos mais fácil a compreensão de tudo. E achamos que somos compreendidos da mesma forma...

Passado algum tempo, descobrimos que os sentimentos (e principalmente eles), também são médios. E aí que nós, eternos barrocos, voltamos a nossa realidade. Porque mais forte do que a vontade de se viver "levemente" é a impossibilidade de se viver pela metade...