terça-feira, 26 de junho de 2007

Uma viagem...

Hoje, no caminho para Niterói, tive a ilustre companhia de um bebezinho de quase um ano chamado João. A primeira coisa que ele fez quando sentou no colo de sua mãe, foi sorrir para mim. E eu retribuí. Um gesto tão simples traz tanta felicidade...


E como se ele soubesse que eu estava me sentindo mal, pulou para os meus braços. Fiquei em choque diante daquela reação, mas logo depois, pedi a mãe dele que ele ficasse comigo durante o trajeto. Ela sorriu e disse que o filho nunca tinha feito aquilo e que sim, eu poderia ficar com ele, até que uma das duas tivessem que saltar.


Daí por diante, se sucederam um dos melhores quarenta minutos que já passei na minha vida. João e eu brincávamos o tempo todo e constantemente recebia um abraço daqueles de nenem, bem gostosos. Outras vezes ele gargalhava e eu gargalhava junto. Enquanto isso, a mãe me contava a rotina de seu filho.


Quando vi meu ponto de ônibus se aproximar, fui me angustiando. Não queria deixá-lo de jeito nenhum, mas por medo de me acharem louca, entreguei a criança de novo para a moça do meu lado, coloquei a mochila nas costas e desci do ônibus.


Já não estava mais nem querendo imaginar quantos "Joãos" iam me deixar pelos pontos de ônibus por aí, quando vi alguém me chamar. E lá estavam os dois. Sentados do lado da janela, me mandando beijos. E eu comecei a rir novamente. E achei que tinha valido a pena.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Aurea Mediocritas...

Belo conceito arcadista, não? " A mediocridade é de ouro". Belo, porém questionável... Recentemente, fui levada a fazer este questionamento e fiz algumas descobertas, favoráveis ou não...

A mediocridade tem um charme inigualável... À primeira vista, o medíocre oferece um elixir, uma escapatória de tantas amarras que temos na vida, uma sedução a qual resistem poucas pessoas...

Depois do charme, conhecemos o lado docemente irresponsável com o qual podemos levar a vida. E imaginamos porque passamos tanto tempo nos preocupando com coisas que agora enxergamos como inúteis...

Logo após nos vem a sensação de entendimento. Oras, sem tantas coisas que nos prendam ao nosso cotidiano, fica fácil uma análise de nossa vida e, principalmente, da vida do outro. Mergulhados nessa "tranquilidade", julgamos mais fácil a compreensão de tudo. E achamos que somos compreendidos da mesma forma...

Passado algum tempo, descobrimos que os sentimentos (e principalmente eles), também são médios. E aí que nós, eternos barrocos, voltamos a nossa realidade. Porque mais forte do que a vontade de se viver "levemente" é a impossibilidade de se viver pela metade...